Estudo divulgado pela Abrace, associação que representa os grandes consumidores de energia, mostra que o aumento de preços de diversos bens e serviços decorreu principalmente do repasse dos custos de produção e distribuição de energia. Nos últimos 25 anos, entre 2000 e 2024, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado foi de 326%, enquanto que o custo unitário da energia elétrica cresceu 4 vezes e chegou a 1.299%. Já o gás natural subiu sete vezes a inflação e somou 2.251%.
O estudo mostra a influência no custo dos alimentos, como o pão francês que subiu 509% no período, sendo 85% disso atribuído à energia. O mesmo ocorre com o leite longa-vida (86%) e o queijo (92%). A lista segue com cimento (31,6%), gás de botijão (53,1%) e ônibus urbano (19,9%).
Elaborado pela Ex Ante Consultoria Econômica, estudo alerta para impactos indiretos na perda de dinamismo industrial, aperto de margens, retração de investimentos, e seus efeitos negativo sobre o emprego.
Segundo a Abrace, os subsídios sociais sejam custeados por instrumentos de política pública, como o Orçamento Geral da União, e não por repasses à cadeia produtiva. A entidade reforça que o País só poderá aproveitar plenamente sua vantagem competitiva em energia limpa e renovável se resolver suas distorções tarifárias e regulatórias.