Manter distância do debate público provocado pelas investidas do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o sistema eleitoral. A coordenação da campanha do ex-presidente Lula da Silva (PT) acredita que Bolsonaro ganha espaço quando o petista repercute suas polêmicas e a resposta institucional deve vir e tem vindo do Judiciário.
Com a preocupação de não se deixar capturar pelas pautas impostas pelo adversário, a orientação é não inflar a ideia de que há uma tentativa de golpe em curso. A avaliação é de que o presidente se alimenta politicamente de confusões e joga com o medo.
Mas, se em público a tática é ignorar o tema o quanto possível, nos bastidores os aliados do petista se concentram em manter canais abertos com militares e construir uma coalizão de vozes que aceitem defender publicamente o sistema eleitoral. A conversa, no entanto, tem acontecido de forma orgânica, não organizada pelo comando da campanha.
Conforme relatos, o ex-governador do Maranhão, Flavio Dino (PSB) tem participado de articulações para atrair políticos de fora do arco de apoio a Lula em defesa do atual processo eleitoral. Os aliados do petista costuram um movimento que reúna também ex-presidentes do Tribunal Superior Eleitoral. Além de Dino, os ex-ministros da Defesa Nelson Jobim e Aldo Rebelo têm participado de conversas sobre o tema. Jobim é um dos emissários de Lula nas conversas com militares sobre garantias à eleição, como revelou a colunista do Estadão Vera Rosa. Estadão