Corrente Depois de quase dois meses de espera, o Ministério Público Estadual (MPE) finalmente decidiu ´recomendar` em ´caráter de urgência` a paralisação das obras de requalificação da praça do Divino, em Vila de Abrantes. Tocada pela prefeitura de Camaçari, obra realizada num espaço que forma um conjunto histórico que tem a centenária igreja de Espírito Santo como elemento principal, vem sendo criticada por historiadores, comunidade, Conselho Municipal de Meio Ambiente de Camaçari (COMAN), Igreja Católica, e pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), através da subseção Camaçari, que inclusive prepara ação na Justiça pedindo a suspensão do projeto de requalificação.
Corrente 2 De acordo com o documento assinado pelo promotor Luciano Pita, com data de segunda-feira (12), o MP também defende que o projeto seja reanalisado pelo núcleo de defesa do patrimônio do MPE e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Corrente 3 Segundo apurou a Coluna, a prefeitura ainda não respondeu ao MP. Mesmo consciente do equívoco, a gestão do alcaide Antonio Elinaldo (Democratas) deve ganhar tempo consultando a secretaria de infraestrutura (Seinfra), responsável pela obra, e a pasta da cultura. A Secult recentemente aprovou, através do seu conselho municipal de cultura, o tombamento da igreja do Espírito Santo. Como registrou o Camaçarico na sua edição de 20 de maio deste ano (Confira), documento assinado pela museóloga Kátia Cunha Melo destaca a necessidade de preservação do entorno do templo, e a sua importância como sítio histórico, herança dos índios tupinambás e dos jesuítas na construção de uma das primeiras povoações do Brasil.
Corrente 4 Com a decisão do MPE, a necessidade de transparência e mais esclarecimentos sobre a requalificação da praça da Matriz fica ainda mais evidente. Segundo apurou a Coluna, um novo elemento alonga esse rosário de mistérios, descuidos e pecados da prefeitura.
Corrente 5 A mais recente dúvida é se o projeto em execução, contratado e financiado pela CAF-Corporação Andina de Fomento, é o mesmo apresentado ao organismo internacional também conhecido como Banco de Desenvolvimento da América Latina.
Corrente 6 Fotos postadas nas redes sociais, em novembro do ano passado, quando os serviços deveriam ser iniciados, conforme contrato e consta na placa da obra, exibem um projeto totalmente diferente do que vem sendo executado. Imagens postadas no Facebook do Abrantes em Foco (Confira) só ampliam as dúvidas de que a prefeitura se recusa a esclarecer, apesar da ampla repercussão na imprensa.
Corrente 7 A Coluna consultou arquitetos que constataram que as fotos da obra em andamento não são compatíveis com o projeto apresentado na publicação. Chama a atenção no projeto, reproduzido ao lado, junto com as fotos recentes dos serviços, a ausência dos quiosques. Com cerca de 30 metros quadrados de área, quiosque em construção e localizada a pouco metros da frente da centenária igreja, além da estética duvidosa, é considerado por especialistas um elemento descaracterizador da paisagem.
Corrente 8 Procurada pela Coluna, a gestão da CAF-Corporação Andina de Fomento, em Brasília, diferente da prefeitura, se mostrou interessada e ficou a informar detalhes sobre o projeto.
João Leite Filho joaoleite01@gmail.com – Editor
14/7/2021 Fechamento às 14h04
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