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Camaçarico 20 de maio 2021


´Retângulo` de Vila de Abrantes em 1792 e imagem aérea atual

Olhar A prefeitura de Camaçari, infelizmente ampliando a sua visão de que patrimônio recuperado é património que precisa ser demolido e reconstruído, recebe mais um atestado desse descuido com a sua história. O alerta consta no estudo da pesquisadora e museóloga Kátia Cunha Melo Moreira dos Santos, sobre o “Tombamento em Instância Municipal da Igreja do Espírito Santo”.


Olhar 2 Encomendado pela secretaria de cultura de Camaçari (Secult), trabalho ajuda a clarear e precisa  ser levado em consideração pelo alcaide de Camaçari, Antonio Elinaldo (Democratas), no prosseguimento das obras de requalificação da praça de Vila de Abrantes.


Olhar 3 Com 251 páginas, recheadas de fotos, gravuras e documentos, estudo que  sustenta a necessidade de tombamento da Igreja, comprova de forma clara a necessidade de um olhar mais profundo sobre o templo e o seu entorno, em especial a área  localizada na frente da igreja, onde está sendo  realizada a polêmica obra de requalificação  comandada pela secretaria de infraestrutura (Seinfra). O documento será apresentado em reunião extraordinária, para apreciação e votação dos 21 conselheiros do Conselho de Cultura de Camaçari, na próxima segunda-feira (24), a partir das 14h, no plenário Osvaldo Nogueira, da Câmara de Vereadores de Camaçari.


Olhar 4 A Coluna teve acesso ao documento e destaca  trechos que reforçam essa necessidade de revisão do projeto da praça. Na pagina 194 do referido trabalho,  a museóloga diz sem rodeios: “É importante ressaltar que, o bem a ser tombado está situado em área urbana, de maneira que a proteção de seu entorno envolve procedimento complexo quanto aqueles voltados para o tombamento dos centros históricos, tais como a 191 BOURSCHEID, ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE S.A. Projeto de Diagnóstico Arqueológico Interventivo..., op. cit. 192 Diego Copque historiador IGREJA DO ESPIRITO SANTO 195 participação de múltiplos agentes sociais, diferentes legislações, projetos urbanísticos e ainda a necessidade da limitação ao direito de propriedade em nome do interesse cultural coletivo.”


Olhar 5 Mais adiante, o documento, apesar de específico sobre a necessidade de tombamento da Igreja do Espírito Santo, destaca o compromisso do agente público e a necessidade de preservação desse tipo de patrimônio: “A responsabilidade de conscientização sobre o significado do entorno em suas diferentes dimensões cabe aos profissionais de diversas áreas, às instituições, às comunidades locais e a outros agentes relacionados com os bens patrimoniais, para que se tomem decisões deveriam sempre considerando as dimensões tangíveis e intangíveis do entorno.” O estudo prossegue  exibindo fotos de urnas funerárias antigas, e outras peças de grande importância arqueológica, encontradas em escavações na área que hoje está sendo reconstruída a praça.


Olhar 6 Já na página 211 do parecer técnico, a museóloga  Kátia Cunha Melo registra de forma clara a  sua preocupação com essa preservação quando cobra do município um cuidado especial com a área localizada na parte frontal da igreja: “Considero de suma importância um olhar mais amplo sobre o processo de tombamento que englobe a grande Praça da Matriz onde está localizada a Igreja do Espirito Santo. Por ser um sítio detentor de um subsolo de valiosos resquícios arqueológicos. Deve ser delimitada como entorno imediato da Igreja a área proposta para proteção, evitando-se mais futuras descaracterizações sendo inserida no livro do tombo arqueológico, etnográfico e paisagístico”


Olhar 7 Apesar da grita da população, de historiadores, e até de políticos compromissados com a história do primeiro núcleo urbano da região, como mostrou o Camaçarico (Confira), a secretária da Seinfra, a doutora Joslelene Cardim, segue tratorando esse passado. Mesmo reconhecendo a importância da praça, que ela classifica de “área de inestimável valor histórico, o Sítio Arqueológico da Praça de Vila de Abrantes”, conforme documento assinado por ela, que a Coluna teve acesso, a secretária avança no seu projeto sem a preocupação que deveria pôr em prática.


Olhar 8 Mas, o descuido parece ser endêmico e avança sobre outras estruturas da prefeitura de Camaçari. A secretaria de desenvolvimento urbano (Sedur), pasta que deveria ter observado esses aspectos, antes de emitir o licenciamento da obra da praça, reforça essa cultura do descompromisso. Alvará nº 051/2020, emitido em maio do ano passado, que a Coluna teve acesso, sequer faz ressalva à questão do patrimônio e de todo o seu entorno. Simplório, apenas libera a obra e ponto.


Olhar 9 Com histórico inegável, a doutora Joselene, que tem carta branca do prefeito, também esteve à frente no processo de demolição de parte do centro antigo da cidade (Confira). Nesse caso, contou com o beneplácito da pasta da cultura (Secult), comandada pela secretária Márcia Tude.


Olhar 10 Por ironia, o projeto de tombamento é aberto com uma citação do poeta e jornalista gaúcho, Mario Quintana (1906/1994), que diz:  “O que mata um jardim não é o abandono. O que mata um jardim é esse olhar vazio de quem por ele passa indiferente”.   


João Leite Filho joaoleite01@gmail.com - Editor


20/5/2021 Fechamento às 15h46


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