A população mais pobre do Brasil tem duas vezes mais chances de ter sido infectada pela Covid-19 do que a população mais rica. Ainda segundo estudo estudo conduzido pela Universidade Federal de Pelotas (UFPell) os indígenas, por causa da pobreza, também têm mais chances de serem infectados. As conclusões foram publicadas na revista científica "The Lancet", uma das mais importantes do mundo.
Os cientistas também apontam que, com base nos dados coletados em maio e em junho, apenas um a cada dez casos da doença no país foi oficialmente notificado. "Os 20% mais pobres da população tiveram o dobro do risco [de contaminação] que os 20% mais ricos – mesmo a pandemia tendo chegado ao Brasil pelos aeroportos, por pessoas de maior nível socioeconômico", avalia o epidemiologista Pedro Hallal, reitor da UFPel e primeiro autor do estudo.
A pesquisa é o resultado das duas primeiras análises feitas na EpiCovid, o maior estudo epidemiológico sobre o novo coronavírus (Sars-CoV-2) no país, liderado pelos cientistas da UFPel. O objetivo do estudo é analisar a proporção de pessoas com anticorpos para a Covid-19 no Brasil. Para isso, em um intervalo de duas semanas, aproximadamente, os pesquisadores fizeram testes sorológicos em cerca de 30 mil pessoas em 133 cidades do país, em todos os estados. Na primeira etapa, foram testados 25.025 participantes, entre os dias 14 e 21 de maio. Na segunda, outros 31.165, entre os dias 4 e 7 de junho. G1