A três dias do julgamento na Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o caso Robinho, o ex-jogador condenado por estupro coletivo na Itália acusa a justiça italiana de racista. O STJ vai decidir na próxima quarta-feira (20) se Robinho deve cumprir no Brasil a pena de 9 anos por ter, segundo a Justiça italiana, participado do estupro coletivo de uma jovem albanesa numa boate em Milão, na Itália.
Em entrevista à RecordTV, Robinho citou casos de racismo na Itália e afirmou que “os mesmos que não fazem nada com esse tipo de ato (racismo) são os mesmos que me condenaram”. Ainda segundo o jogador, se o julgamento fosse de um italiano branco seria diferente. Garante que "com a quantidade de provas que eu tenho, não seria condenado".
"Tivemos uma relação superficial e rápida. A gente trocou beijos, fora isso, fui embora para casa. Em nenhum momento ela empurrou, pediu para parar. Tinha outras pessoas no local. Quando vi que ela queria continuar com outros rapazes, eu fui embora para casa. Eu nunca neguei. Foi consensual. Nunca neguei. Poderia ter negado, porque não tem meu DNA lá. Mas não sou mentiroso", disse.
"Espero que aqui no Brasil, eu possa ter voz que não tive lá fora. Você quer mostrar suas provas, e não entendi o porquê, provas tão relevantes para qualquer pessoa, para eles não foram. Todos aqueles que julgam, possam ver minhas provas. Eu não sou esse monstro. Não fui uma pessoa durante 10 anos e me tornei outro."
Robinho foi condenado em dezembro de 2020, a nove anos de prisão no caso que investigava a violência sexual contra uma jovem de origem albanesa, em 2013. O episódio teria ocorrido em uma boate na Itália.
Em janeiro do ano passado, o atleta teve a condenação confirmada pela mais alta instância da Justiça italiana. Quase um mês depois, em 16 de fevereiro, foi emitido um mandado de prisão internacional.
A acusação utilizou áudio gravado a partir de uma escuta instalada em um carro, que flagrou uma conversa entre Robinho e seus amigos, o que possibilitou confirmar a versão da vítima sobre o estupro coletivo.