O Brasil registrou 2.203 conflitos relacionados a conflitos agrários em 2023. De acordo com relatório "Conflitos no Campo Brasil", da Comissão Pastoral da Terra (CPT) esse é o maior número desde o início do levantamento, em 1985. Superou a marca de 2020, até então o ano com mais conflitos, 2.130 casos.
Ainda de acordo com o relatório, 31 assassinatos foram registrados no ano passado em decorrência dos conflitos no campo. O número é menor que 2022, com 47 mortes. Entre as vítimas contadas em 2023, 14 pessoas (mais de 45%), eram indígenas.
De acordo com a pesquisa, os fazendeiros foram os principais causadores de violência, responsáveis por 31,8% das ocorrências. Os empresários foram responsáveis por 19,15% dos casos, seguidos pelo governo federal, com 11,2%, grileiros, com 9,25%, e governos estaduais, com 8,9%.
O relatório feito pela Comissão Pastoral da Terra aponta que mais de 950 mil pessoas e cerca de 59,4 milhões de hectares de terra estiveram envolvidos em conflitos no ano passado. Entre os mais de dois mil conflitos, 1.724 estão relacionados a disputas por terras, 251 relativas a trabalho escravo rural e 225 foram ocasionadas pela disputa por água.