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O ofício e o atestado



O ano era 1986.  O farmacêutico ligado ao PCdoB, mas filiado ao MDB, Luiz Caetano ,  é  o prefeito de Camaçari. O slogan “O povo no poder”, usado na campanha, e que virou marca da gestão, era a senha para mudar e impor a moralidade. 


Rangel Filho, correligionário e um dos importantes cabos eleitoras da campanha que derrotou o capitão do Exército, José Tude, candidato do prefeito Humberto Ellery,  era representante desses novos tempos. 


Com sangue no olho, grupo chegou com os chamados novos ventos que varreram o “capitão Ellery”, como a oposição gostava de chamar o ex-prefeito biônico que ficou 11 anos no poder. Nomeado chefe do setor dos transportes,  o jovem e inexperiente Rangel chegou querendo botar “ordem na casa”. Uma das primeiras medidas foi fazer o levantamento do “patrimônio do povo”.


Chefe novo, novos aliados e muita gente para entregar o serviço do governo falecido. A conta apontava a falta de 2 máquinas datilográficas, deslocadas para o Cartório. Fogoso, Rangel manda ofício cobrando a devolução dos equipamentos.


O juiz Clésio Rosa, velho conhecido da turma que agora dava as cartas, não perdeu a oportunidade para reavivar que magistrado é magistrado. Mandou ofício de volta, só que para o prefeito Caetano. Quis saber o que estava acontecendo, quem era o prefeito de fato. O documento fechava lembrando que a cobrança do diligente servidor nomeado não passava de um atestado da bagunça administrativa daqueles novos tempos. Sobre as máquinas ningem sabe uma tecla sequer do final dessa história.


João Leite Filho joaoleite01@gmail.com (Editor)


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