Levantamento inédito realizado pelo Instituto Sou da Paz mostra que mais da metade dos homicídios no Brasil ficam sem resposta. O percentual de esclarecimento de mortes até avançou nos últimos anos, chegando a 44% na pesquisa mais recente. A Bahia aparece na lista dos estados com baixa eficácia na elucidação desses crimes, ao lado do Rio de Janeiro, Paraíba, Piauí e Paraná.
Ainda de acordo com o estudo apenas 4 Estados são classificados como tendo alta eficácia na investigação e responsabilização de assassinatos. O líder é Mato Grosso do Sul (89%), seguido por Santa Catarina, com 83%, Distrito Federal, 81%, e Rondônia, 74% de resolução. Outros 8 Estados são classificados como tendo média eficácia (entre 66% e 33% de esclarecimento), enquanto outros 5 estão abaixo de 33%, o que os coloca em posição de baixa eficácia.
A pesquisa leva em consideração assassinatos cometidos em 2018 (ano em que foram registrados mais de 48 mil homicídios dolosos) que tenham sido resolvidos com apresentação de denúncia no mesmo ano ou até o fim de 2019.
O indicador nacional que aponta 44% de resolução de casos deixa o Brasil abaixo da média mundial, que é de 63%, segundo dados reunidos em 72 países. A porcentagem brasileira, no entanto, é compatível com a média de 18 países das Américas (região do mundo onde menos se esclarece assassinatos), que é de 43%. Na Europa, o indicador é de 92%.
O Brasil registrou no ano passado 43.892 mortes violentas. Número é maior que em 2019, com 2.162 mortes a menos. Estão contabilizadas no número as vítimas de homicídios dolosos (incluindo os feminicídios), latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Estadão