O promotor de Justiça do Ministério Público Estadual (MP), em Camaçari, Everardo Yunes, e sua esposa a advogada Fernanda Marques, foram alvos da “Operação Kauterion”, deflagrada desta terça-feira (14), pelo MP-BA, através da Procuradoria-Geral de Justiça e do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco). O casal é acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e extorsão de uma empresária.
O promotor, que fica afastado do cargo por um ano, e sua esposa tiveram sua residência e locais de trabalho revistados. O objetovo da operação foi coletar documentos indicativos de associação entre os investigados, bem como de corrupção e de ocultação de bens, além de mídias de armazenamento e aparelhos celulares.
Ainda de acordo com informações do site do próprio MP, o promotor e a esposa, não poderão acessar as dependências do MP-BA, se comunicar com funcionários ou utilizar os serviços do órgão pelo período de um ano. Toda a ação, autorizada pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), foi acompanhada pela Ordem dos Advogados do Brasil, seccional da Bahia (OAB-BA).
A “Operação Kauterion” teve origem nas denúncias da empresária Adriana Almeida da Anunciação da Cunha. Segundo a vítima, em 2015 ela recebeu a indicação da advogada Fernanda Manhente Marques, da área ambiental., para atuar em defesa de questões da sua imobiliária junto aoi MP. Ainda segundo a empresária, durante a reunião, a advogada informou que era esposa de um promotor Yunes e teria plenas condições de arquivar todos os procedimentos, cobrando um valor de R$ 50 mil, que depois se tornou R$ 80 mil.
Conforme a denúncia, a empresária pagou R$ 30 mil em cheque e, após isso, foi solicitado mais R$ 10 mil em espécie. "Só que como eu queria ver algum resultado, acabei não pagando, ficando a espera de um resultado, quando pagaria mais dinheiro, porque ela tinha cobrado pra tudo R$ 80 mil", relatou a empresária.
Ainda segundo a empresária, a advogada passou a exigir mais dinheiro, caso contrário, não teria resultados. Segundo Adriana Almeida, sua prisão teve relação com o caso. "Percebi que minha prisão se deveu a não ter dado mais dinheiro para Fernanda Manhente e seu marido, Everardo Yunes", descreveu na denúncia.
A denúncia chegou a ser enviada ao presidente do Conselho Nacional do Ministério Público, Augusto Aras, que é presidente da Procuradoria Geral da União.