Virtudes de vice

Para efeito da compreensão correta do que se propõe neste artigo, entende-se como Virtude a qualidade moral conjugada ao atributo positivo de uma pessoa em praticar o bem, trilhando sua trajetória existencial pelos caminhos da determinação, resiliência, trabalho, coragem e da empatia. A Virtude exige adicionalmente o poder de ação contra todas as formas de injustiça, de opressão e do combate às desigualdades sociais e à desonestidade de pensamentos e de atitudes!

Feita esta consideração inicial, procuro projetar no atual momento e no contexto da política de modo amplo e, de modo particular, à campanha eleitoral em curso com vistas às eleições municipais marcadas para outubro próximo, tendo Camaçari como foco de abordagem.

Passada a fase de composição das filiações partidárias e até antecedendo tal etapa, surgem no cenário das pré-campanhas as costumeiras postulações para composição da chapa majoritária ao lado do pré-candidato Luis Caetano, a maioria delas por vontade própria dos pleiteantes e quase nenhuma representando base eleitoral popular, coletiva ou de cunho partidário.

Prevalecem em quase todas essas aspirações argumentos sempre utilizados de complementação ou contraponto ao perfil de Caetano, sejam de natureza de gênero, etnia, religiosidade, ideologia partidária ou de inserção social/econômica, em seus  diversos estratos.

Revisitando o passado, soluções que levaram em conta tais critérios não garantiram sucesso eleitoral ou administrativo, considerando exemplos nos governos federal, estadual e mesmo nas experiências feitas em Camaçari, às vezes até pelo contrário, gerando constantes conflitos que atrasam e chegam a comprometer o desempenho da gestão/governança e nas relações com os demais poderes, legislativo e judiciário, sem falar nas relações corporativas e institucionais!

Convenhamos que não existem fórmulas ou modelos pré-concebidos de êxito garantido na formação de chapas majoritárias. No entanto, podemos fazer um exercício experimental fundado no pragmatismo político, na experiência e na vivência de tantos anos acompanhando o exercício da função pública e na observação acurada do momento eleitoral no nosso município e na perspectiva de futuros alinhamentos com outras esferas de governo, na RMS, na Bahia e no Brasil, capazes de desaguar sucesso nas urnas e no comando da Prefeitura.

Para tentar equacionar uma alternativa capaz de identificar os atributos fundamentais ao processo de composição da chapa majoritária ao lado de Caetano, podemos destacar quatro critérios seletivos determinantes a serem observados:

O primeiro deles, talvez o mais contundente e em caso de vitória eleitoral, considerando-se a hipótese do afastamento interino do futuro Prefeito, será a garantia da continuidade do seu projeto político e de governo, pactuado pelas atuais forças de oposição ao atual Gestor Municipal. 

Este grupo opositor mencionado incorpora os Partidos, lideranças e militâncias unidas em torno de um Programa de Governo sendo construído com o protagonismo da população, vide os eventos Diga Aí Camaçari, sob o comando de Caetano e Ivoneide.

No que concerne à menção do afastamento aventado acima, isto decorre do fato de Caetano ter conseguido transpor com competência, muito trabalho e capacidade de articulação política as fronteiras da Bahia alcançando o plano nacional, ratificadas nas passagens recentes pela Câmara Federal e nos governos estaduais de Rui Costa e Jerônimo Rodrigues, podendo ser, a qualquer hora, convocado para integrar postos de amplitude mais elevada que o municipal! Vêm aí a reestruturação do governo Lula, tradicionalmente ocorrente no segundo biênio da gestão federal, as eleições de 2026 que comporta duas vagas para o Senado da República, participação na chapa majoritária para o Governo Estadual e eventualmente mandato na Câmara Federal.

Não há, portanto, razão para correr riscos de descontinuidade do projeto político e da mudança administrativa que tanto o povo de Camaçari almeja, gerando instabilidade e insegurança política dos partidos do grupo e também afetando negativamente a organização interna do Governo!

O segundo critério a ser levado em conta para compor a chapa majoritária é o da confiabilidade por parte dos caciques políticos dos partidos aliados, a saber Jerônimo Rodrigues, Rui Costa, Jaques Wagner, Oto Alencar, Ângelo Coronel, Ivoneide Caetano e demais membros das bancadas federal e estadual da base, em relação à escolha do nome a ocupar a chapa da Vice Prefeitura.

A razão se dá pelo fato de Camaçari estar entre os municípios estratégicos para a economia baiana, sendo a quinta arrecadação em todo o Nordeste brasileiro e a segunda maior entre os municípios da Bahia. Dispensável comentar sobre a pujança do Polo Industrial, reforçado pelas presenças da BYD e toda a derivação industrial e tecnológica à montante e jusante dessas unidades empresariais, algumas já instaladas e outras com os respectivos cronogramas em fase avançada de execução e cumprimento. A riqueza tributária de Camaçari é imprescindível ao PIB baiano!

O terceiro critério seletivo referencial para nortear a escolha de Vice deve fundamentalmente primar por considerar pessoa de caráter irretocável e de reputação ilibada, devendo ser protagonista na história do município, com notória inserção no quadro produtivo local, seja ele agente público ou privado, além de apresentar bons serviços prestados ao povo de Camaçari!

O quarto critério, não menos contundente para tal escolha será, no caso de dúvida ou disputa entre postulações, a realização de pesquisa eleitoral qualitativa e quantitativa, da qual serão aferidos os nomes das pessoas que tenham passado incólumes pelos três tópicos anteriores e que resultarão, sem dúvida alguma, na melhor composição para ganhar as eleições com uma margem de votos expressiva e capaz de legitimar e levar adiante o projeto político da mudança tão ansiosamente aguardado pelo povo de Camaçari!

Luiz Roberto Sobral (Sibié) luizrobertosobral@gmail.com é arquiteto urbanista, ex-secretário de planejamento de Camaçari e dirigente municipal do PSD 

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2/05/2024