O Ministério Público Federal (MPF) abriu investigação para apurar denúncias de assédio sexual feitas por funcionárias da Caixa Econômica Federal contra o presidente da instituição Pedro Duarte Guimarães. A abertura da investigação, que está em andamento sob sigilo. De um grupo de funcionárias, cinco mulheres relataram as abordagens inapropriadas do presidente do banco.
Segundo um dos relatos, uma funcionária diz que o presidente do banco teria passado a mão em suas nádegas. Em outro caso, o executivo teria convidado outra funcionária para dentro de seu quarto de um hotel, para entregar o que fora pedido, quando pediu a ela para tomar um banho e voltar para conversar sobre a carreira em seu quarto.
Em outra viagem, segundo o site, Guimarães teria colocado o celular e a chave do seu quarto do hotel no bolso de uma funcionária e dito a frase “vou botar aí na frente”.
A Caixa informou que não tem conhecimento sobre as denúncias de assédio sexual contra Guimarães e que tem protocolos de prevenção contra casos de qualquer tipo de prática indevida por seus funcionários.
“A Caixa não tem conhecimento das denúncias apresentadas pelo veículo. A Caixa esclarece que adota medidas de eliminação de condutas relacionadas a qualquer tipo de assédio. O banco possui um sólido sistema de integridade, ancorado na observância dos diversos protocolos de prevenção, ao Código de Ética e ao de Conduta, que vedam a prática de ‘qualquer tipo de assédio, mediante conduta verbal ou física de humilhação, coação ou ameaça’, informou, em nota ao site.
No fim do ano passado, durante um evento de metas, Guimarães pediu que funcionários da Caixa fizessem flexões de braço. À época, o Sindicato dos Bancários do ABC ligou a conduta do presidente da Caixa à do presidente Jair Bolsonaro.
O Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal notificou Guimarães e recomendou que o presidente da instituição se abstenha de submeter os colaboradores a casos de mesmo teor e outras ‘situações de constrangimento no trabalho’ sob pena de abertura de um procedimento investigatório e adoção de medidas para correção da conduta, sem embargo de responsabilizações civil, criminal e administrativa’.
O texto do Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal destacou que o gesto consistia em violência psicológica, tendo o ‘condão de produzir graves consequências à saúde mental dos trabalhadores’. Estadão