Com crescimento de 57% nas vendas, nos cinco primeiros meses deste ano, o mercado de carros elétricos e híbridos deve avançar para 100 modelos de todos os tamanhos e preços até o final do ano. No mesmo período as vendas do mercado total de automóveis e comerciais leves caiu 18%, no comparativo com igual intervalo do ano passado.
No Brasil, os preços dos eletrificados vão dos R$ 140 mil cobrados pelo iCar, da Caoa Chery, até R$ 7,4 milhões da Ferrari Stradale ou, ainda, R$ 8,4 milhões da versão Spider, ambas híbridas plug-in. De janeiro a abril, foram vendidas quatro unidades de ambos os modelos.
Embora em números absolutos as vendas ainda sejam pequenas, de 16,4 mil veículos em cinco meses, o Brasil tem hoje 70 modelos disponíveis entre os 100% elétricos (conhecidos pela sigla BEV); os híbridos (HEV, que têm motor a combustão e elétrico, com bateria autorrecarregável); e os híbridos plug-in (PHEV, que também recarregam na tomada).
Para Adalberto Maluf, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), a maior oferta tem a ver com o interesse do consumidor por novas tecnologias. Como comparativo, ele informa que nos EUA também há 70 modelos elétricos e híbridos à venda. Lá, a participação no mercado total foi de 4,5% em 2021. Na Alemanha, onde os elétricos e os híbridos plug-in já respondem por 26% do mercado, há 160 modelos à venda. “Mesmo sem uma política de incentivos, o brasileiro está comprando carros elétricos; se tivesse incentivo, como na maioria dos países, o mercado já seria bem maior hoje”, avalia Maluf.
Apesar dos valores altos, a relação de preços entre elétricos e carros a combustão vem diminuindo. Em 2019, o elétrico mais barato à venda no mercado brasileiro era o JAC iEV, que também custava R$ 140 mil. O valor era 4,88 vezes maior do que o do modelo a combustão mais barato na época, o Chery QQ, vendido a R$ 28,7 mil. Hoje, o novato iCar custa 2,23 a mais do que o Mobi, o mais em conta entre os carros a combustão (R$ 62,7 mil). “Os preços dos elétricos estão caindo no mundo todo com o aumento de escala de produção e a redução do custo da bateria”, diz Adalberto Maluf, da Associação Brasileira do Veículo Elétrico. Estadão