Não é nenhuma novidade que os acordos político do PT são desastrosos, como foi com Dilma e Michel, esse romance é antigo. Aqui em terras nordestinas, na Bahia pra ser exata, o namoro com o DEM é sutil, mas não passa despercebido por olhos amadurecidos para os moldes operantes do PT.
Não muito distante vimos de perto a campanha bonita e bastante simbólica para a militância preta de Salvador com a candidatura de Vilma Reis para prefeitura. Vimos também a escancarada sabotagem do Partido dos Trabalhadores, com a então candidata, indicando a Major PM Denice para disputar o mesmo pleito. Daí é só ladeira a baixo. Divide o partido e a militância preta que ainda não saiu da escolinha marxista para uma postura de poder ao povo preto.
Esse relacionamento nocivo de amantes que se pegam mas não se assumem é o papel mais comum entre as partes. Se odeiam em público, mas entre quatro paredes selam acordos de gabinete.
Agora, vamos ver de perto a eleição de ACM Neto do DEM a governador com a anuência do paternalista do PT de Rui Costa, que convenhamos nunca esteve tão próximo da direita. Uma gestão de um homem que nasceu na periferia e se esqueceu de lá.
O mais interessante nessa aliança casamenteira encubada que só engana quem não quer ver, é que os então filiados não se rebelam não se desfiliam e ainda defendem o seu partido como aquela esposa traída que acredita que seu cônjuge vai mudar, tsc, tsc, tsc...
De um lado, um partido assumidamente Bolsonarista, do outro, um partido que não assume seu flerte com a direita escravagista, exatamente na plateia, na população mais preta depois de África, espaco cativo de partidos hegemônicos, patriarcais, brancos e elitistas.
Entre esquerda e direita continuo sendo uma mulher preta.
Kalundewa clima4793@gmail.com é mulherista afrikana, artista plástica, escritora, graduanda em língua afrikana pela Nupel-UFBA, membra da MAB Mulheres de Axé do Brasil e da Rede Sapatà
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