Seja qual for o resultado, o contrato de R$ 5,7 milhões para a estruturação do sistema de ensino municipal e formação de docentes de Camaçari “já nasce viciado”. Segundo o vereador Tanger Cerqueira (PT), as empresas PROSE7E Serviços Educacionais e o Instituto Chapada de Educação e Pesquisa (ICEP), habilitadas para a disputa, são “ligadas à secretária de educação”, a professora doutora Neurilene Martins.
Ainda segundo o vereador, a PROSE7E, da empresária e amiga da secretária, Ana Sueli Pinho, “ganha todos os contratos da secretaria de educação, por inexigibilidade”. O outro concorrente no contrato, que vai render pouco mais de R$ 300 mil mensais por 18 meses, é o Instituto Chapada, também com histórico de prestação de serviços sem licitação para o município. Tagner lembra que o ICEP já teve no seu quadro de sócios a titular da Seduc. O petista também cita registros nas redes sociais em que a secretária aparece ao lado da proprietária da PROSE7E.
Já a secretária de educação, Neurilene Martins, garante que não existe nenhuma irregularidade no processo que inclui treinamento, revisão curricular, produção de material pedagógico e avaliação de desempenho de alunos. Trata-se de uma licitação "dentro dos trâmites internacionais", com recursos da Corporação Andina de Fomento (CAF). A professora Neurilene lembra que todo o processo terá a participação dos professores e dos demais técnicos da secretaria. Ainda segundo a titular da Seduc, as empresas habilitadas são de reconhecida competência técnica, e todo o processo pode ser conferido pelo vereador, ou qualquer outra pessoa que desejar checar a lisura da licitação.
Neurilene Martins disse que já trabalhou como técnica no Instituto Chapada, mas lamenta o que chama de "leitura" que tenta "subverter e desmoralizar" sua imagem.