A inflação do mês de abril foi duas vezes maior para os mais pobres na comparação com os mais riucos. A alta nos preços dos medicamentos e dos alimentos fez o custo de vida para as famílias com renda domiciliar inferior a R$ 1.650,50, registrou variação dos preços que passou de 0,71% em março para 0,45% em abril. A inflação acumulada em 12 meses até abril foi de 7,71% para as famílias mais pobres, patamar bem acima dos 5,21% observados no segmento mais rico da população.
Entre as famílias de renda mais alta, que recebem mais de R$ 16.509,66 mensais, a inflação arrefeceu de 1,00% em março para 0,23% em abril. Entre os de renda média alta, com rendimento domiciliar mensal entre R$ 8.254,83 e R$ 16.509,66, a inflação desacelerou de 1,08% para 0,20% no período.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e usado pelo Ipea para fazer o cálculo da inflação por faixa de renda, encerrou o mês de abril com avanço de 0,31%, ante uma elevação de 0,93% em março.
Os gastos com saúde, turbinados pelos reajustes nos preços dos medicamentos autorizados pelo governo, deram a principal contribuição para a inflação da baixa renda em abril, 0,20 ponto porcentual, seguidos pelo encarecimento dos alimentos, 0,14 ponto porcentual, especialmente das proteínas de origem animal, como carnes, aves, ovos e leites e derivados. O alívio veio da redução na conta de luz e na tarifa de ônibus intermunicipais, além do aumento menos agudo no gás de botijão, apontou o Ipea.
“Além de terem menor impacto com o aumento dos medicamentos e alimentos, as famílias mais ricas contaram com a deflação de 0,9% dos combustíveis e de 11,3% dos transportes por aplicativo e também com a desaceleração dos preços dos serviços pessoais. Esse alívio só não foi maior para esses domicílios por causa do aumento de 6,4% do preço das passagens aéreas”, apontou a técnica do Ipea Maria Andréia Parente Lameiras. Estadão