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Sem Política, a Guerra se apresenta!


Edson Miranda é jornalista e professor universitário

Vivemos no Brasil um momento de acúmulo exponencial de problemas graves e de contradições e conflitos intersociais nunca vistos.Tais conflitos, por falta de tratamento institucional adequado, estão virando paradoxos irresolvíveis. 


Os governos compostos exclusivamente por grupos de interesses e representações de classe não tiveram a mínima sensibilidade para cuidar da Democracia e da República, o resultado é esse que estamos assistindo: caos, tragédias e maiorias populacionais jogadas à própria sorte nos campos do medo e do desespero. 


Tudo indica que, se nada for urgentemente feito, na esfera da Política, para mitigar os violentos impactos dessa realidade assustadora e, tudo indica, muitos grupos de interesses não querem premeditadamente fazer, caminharemos a passos largos para uma saída pela Guerra Civil,  que em hipótese alguma significa  uma solução. 


No momento, olhamos para o final do túnel e não enxergamos nenhuma luz. Os atores políticos e sociais, capazes de promoverem e conduzirem essa saída pela Política, estão todos desmoralizados. A começar pelo plantel de políticos e partidos atuais: enquanto a Pandemia ceifa vidas desesperadamente, eles, os partidos e os políticos de profissão, estão  desesperados para entregar os tesouros do Reino e/ou para aprovação de uma nova legislação que lhes garanta uma ampla impunidade para os crimes passados, presentes e futuros. 


Na esteira dos políticos, logo atrás estão às instituições republicanas: dominadas pelos mais espúrios interesses de grupos, se transformaram em representantes do crime organizado e das milícias organizadas. Quem vai confiar na condução de um agente tão compurscado?A elite econômica brasileira, essa historicamente espertalhona e insensível, formada às custas do genocídio indígena, da escravidão e da exploração criminosa dos nossos recursos naturais, continua atolada até o pescoço no atual lamaçal da falsa (res) pública. Sem chances!!


O movimento político e social dos de baixo da Pirâmide, que poderia se constituir numa alternativa atual, nunca vivenciou um momento tão dramático: sem projeto de Nação, extremamente desorganizado e na sua maior crise de direção das últimas décadas. Por esse caminho, conservo também meu  ceticismo!


Essa é a realidade que transforma nossa situação em algo trágico: a dificuldade de saídas através dos próprios humanos. A Tragédia Grega que oferecia ao povo grego uma leitura, através da representação artística, que apontava erros e acertos em ambos os lados, ambos os partidos, tanto na ação de Antígona quanto na de Creonte, oferecia também possibilidades de saídas e múltiplas formas de catarse para tais realidades.


Agora, não temos o método nem o caminho oferecido pela Tragédia para interpretar nossas realidades, por mais complexas que pareçam. Substituímos, principalmente o Ocidente,  a Tragédia pelo Melodrama. Nesse só existe um lado certo, uma verdade, e esse lado é sempre o lado que eu estou. O outro é o lado da mentira, do erro, do inimigo e, como tal, só me resta destruí-lo. A indústria hollywoodiana foi pródiga na difusão do Melodrama, particularmente, nos filmes do Velho Oeste. No paraíso difundindo por  Hollywood, invariavelmente, o bom mocinho fazia uso das suas habilidades,  principalmente com as armas, para vencer o mal e salvar os cidadãos, estes também do bem.


Que os deuses, santos, orixás e inquices tenham piedade de nós e que, como na Grécia, desçam do Olimpo para apaziguar nossos espíritos e nos aponte uma saída de paz e de construção da felicidade na Terra.


Edson Miranda mbedson@gmail.com é jornalista, professor universitário e escreve no blog do Miranda


Opiniões e conceitos expressos nos artigos são de responsabilidade do autor

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