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Pandemia incluiu a classe baixa na digitalização bancária

A pandemia  e seus  limites à circulação de pessoas fez crescer em 122% a busca por serviços digitais financeiros na classe baixa brasileira. Se juntadas as classes média e baixa, o aumento de interesse por esses serviços entre fevereiro e junho de 2020 foi de 146%. Antes da pandemia, o Brasil tinha 45 milhões de pessoas que não possuíam conta bancária. Dentre todas as regiões do País, esse crescimento no comportamentos e hábitos de consumo foi maior na região Nordeste.


A conclusão é parte de um levantamento feito pela Cinnecta, plataforma de inteligência de dados, acostumada a mapear comportamentos de consumo para seus clientes, que incluem bancos tradicionais e digitais, que usou a classificação de estratos sociais feita pelo IBGE.


Ricardo Ferreira, diretor de operações da Cinnecta, diz que essa mudança de comportamento teve diversas causas. Já havia um processo de bancarização em curso antes da pandemia, mas não nessa magnitude. Com as restrições à circulação, ele se intensificou. “Os bancos digitais levaram vantagem sobre as instituições financeiras tradicionais. Afinal, neles o cliente consegue preencher um cadastro em um aplicativo, fazer uma selfie e abrir uma conta em 5 minutos”, afirma.


Um segundo aspecto que foi determinante foi a concessão do auxílio emergencial de R$ 600. Ele exigiu que os beneficiários baixassem um app da Caixa e se cadastrassem para receber a ajuda financeira. “Foi o maior movimento de digitalização bancária do mundo. Muitas pessoas tiveram o primeiro contato com o sistema financeiro formal nessa ocasião”, diz Ferreira. “E R$ 600 dão algum poder de consumo para essas pessoas, ainda que apenas para necessidades básicas. Quando são trazidas para o digital, elas naturalmente passam a demandar mais serviços digitais.”


Nada disso poderia ter acontecido sem a democratização do próprio acesso a smartphones. Isso trouxe um contingente enorme de pessoas que, de outra forma, jamais teriam uma vida on-line. A elas, o mundo digital abriu as portas do consumo como expressão de aspiração social – com direito a experimentar Netflix, Uber e o e-commerce.


Uma uma segunda onda de inclusão bancária está pronta para acontecer, baseada não em correspondentes financeiros, mas no mobile. Mas a operação de atração do desbancarizado precisa ser barata para ser vantajosa, acredita Alvaro Bacellar, vice-presidente de serviços para a América Latina da Temenos, uma multinacional de software corporativo para bancos e sistemas financeiros.


“É preciso ter uma tecnologia de processamento moderna, mas que rode na nuvem, com um custo que valha a pena para a instituição financeira. O banco vai ter uma receita de R$ 2 ou R$ 3, mas o custo de processamento daquela conta é de R$ 0,50”, diz.


Ele menciona dois cases interessantes em outros países. Uma financeira focada na população carente em Oaxaca, no México, conseguiu ter um crescimento exponencial mantendo um custo baixo. Em Gana, uma plataforma conseguiu incorporar 7 milhões de clientes que nunca haviam tido uma conta bancária. “O open banking vai aumentar muito a competição, pois o consumidor vai cotar 2 ou 3 bancos ao mesmo tempo, os preços vão se comprimir. Quem puder processar para mais gente com um custo menor e uma experiência diferenciada vai ganhar mercado”, prevê Bacellar. Estadão

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