Busca:

  Notícia
 
Novo Minha Casa foca famílias com renda de até R$ 1,2 mil mensais

O novo programa habitacional do governo federal, que será lançado no lugar do Minha Casa Minha Vida, vai  focar na população de baixa renda que está nos municípios com até 50 mil habitantes.  O modelo funcionará com um sistema de “voucher”, em que as famílias receberão recursos para comprar, construir ou reformar a casa própria. Segundo o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, o público potencial do programa é de famílias com renda de até R$ 1,2 mil mensais em média, mas o valor exato será definido de acordo com a região.


Ainda de acordo com o ministro, o novo modelo usará como referência as 133 regiões intermediárias reconhecidas no País pelo IBGE. Esse recorte já segrega municípios com características semelhantes entre si. Por isso, cada uma dessas regiões intermediárias terá um valor máximo de renda familiar para que o beneficiário seja elegível ao recebimento do voucher. O objetivo é contemplar aquelas que não têm renda suficiente para ter acesso a crédito.


Além desses critérios, o governo ainda vai priorizar a população que vive em domicílios precários nos meios urbanos. A maior parte deles está justamente nos municípios com até 50 mil habitantes. Segundo o ministro, um em cada 5 cidades nessa faixa populacional no Nordeste tem domicílios precários. São 114.591 lares sem condições adequadas de habitação em 1.610 cidades.


Após definir os municípios que serão alvo do programa, o governo enviará técnicos para fazer uma pesquisa de campo sobre o mercado imobiliário local e identificar o tipo de voucher necessário – para comprar imóvel usado, reformar ou até construir uma nova casa – e o valor. Tudo será feito “na surdina”, afirma Canuto, para evitar que o movimento gere especulação imobiliária, aumentando os custos do programa e prejudicando o mercado como um todo.


“Identificado isso, vou para a última fase do processo seletivo. Eu sei quais são os vouchers que cabem naquele município, qual é a minha disponibilidade orçamentária e financeira. Em cima desse universo eu defino quantos vouchers vou focar para cada cidade e aí eu vou para as famílias”, diz o ministro.


As famílias serão selecionadas com base no Cadastro Único, base de dados que já é usada no Bolsa Família e que receberá alguns ajustes para servir de referência ao novo programa. A ideia, segundo Canuto, é realizar duas seleções ao ano. Todo o modelo está sendo desenhado em conjunto pelos ministérios do Desenvolvimento Regional, da Economia, da Cidadania e Casa Civil.


A primeira seleção deve ocorrer já no primeiro semestre do ano que vem, prevê o ministro. Mas ainda não há previsão de verbas para os vouchers no Orçamento de 2020. O Ministério da Economia ainda está trabalhando para buscar espaço e implementar a proposta.


Aspectos operacionais sobre como o dinheiro do voucher será repassado e como será feita a fiscalização para evitar mau uso dos recursos ainda estão sendo estudados pela equipe do governo. O programa também deve ter um novo nome – guardado a sete chaves e que deve ser anunciado apenas pelo presidente Jair Bolsonaro.


Valor do benefício


De acordo com Canuto, o governo evitou estipular um valor médio para o voucher porque a ideia é atender à real necessidade das famílias. Há regiões, como na Amazônia, em que a dificuldade logística para a entrega de materiais de construção acaba encarecendo uma construção. “A gente não vai enganar a família dando um voucher que ela não consiga construir”, garante.


“Se lá (na Amazônia) custar o dobro do voucher (do Estado) de São Paulo), que seja. Vão ser (casas) mais caras? Provavelmente sim. Mas não por isso deixarão de ser feitas”, afirma o ministro.


O objetivo, segundo ele, é retirar o intermediário do programa e permitir que os beneficiários participem do processo de escolha da casa. Assim, eles poderão decidir onde é melhor morar, como querem a casa, de acordo com alguns parâmetros dados pelo governo e respeitando o valor do voucher. “O beneficiário vai ser o dono do crédito”, diz. Uma das críticas feitas ao Minha Casa, Minha Vida é de que muitos empreendimentos foram construídos em lugares isolados, dificultando deslocamentos e até deixando famílias sem atendimento médico ou escolar. “A gente aprendeu com o passado”, assegura o ministro.


Além disso, o novo desenho deve resolver outro problema, que é a convivência forçada entre os beneficiários de um mesmo empreendimento do Minha Casa, Minha Vida. Agora, dependendo do número de contemplados em um município, quem receber o voucher poderá se associar para construir um prédio ou um condomínio, mas isso será opcional.


Outras vantagens do novo modelo, na visão de Canuto, são a possibilidade de atender a um número maior de regiões e famílias e a maior efetividade do gasto. “Nosso indicador principal não é a quantidade de unidades habitacionais construídas, mas é se realmente conseguiu dar uma moradia, mudar a condição em que ela estava”, afirma.


O governo identificou que as famílias com renda acima do valor médio de elegibilidade para voucher (R$ 1,2 mil) geralmente conseguem ter acesso a crédito, mas não nos custos cobrados pelo mercado. Para essa população, a ideia é continuar subsidiando uma parte do financiamento para a aquisição da casa própria, como já é feito em algumas faixas do Minha Casa, Minha Vida. Estadão

Mais Notícias

Brasil deixa de arrecadar pelo menos R$ 453 bilhões com pirataria e produtos falsificados
Senado aprova criminalização das drogas e confronta Supremo
Coluna Camaçarico 16 de abril 2024
Reajuste do mínimo para R$ 1.502 em 2025 vai custar R$ 27 bilhões para a Previdência
Primeira-dama é a mais citada em discursos oficiais de Lula
Pandemia aumentou o consumo de antidepressivos entre jovens
Câmera corporal em PM da Bahia segue sem data de instalação
Colunistas Waldeck Ornélas
Caderneta de poupança perde atratividade e saques já somam mais de R$ 35,5 bilhões
Senado e Supremo divergem sobre o porte e a posse de drogas


inicio   |   quem somos   |   gente   |   cordel   |   política e políticos   |   entrevista   |   eventos & agenda cultural   |   colunistas   |   fale conosco

©2024 Todos Direitos Reservados - Camaçari Agora - Desenvolvimento: EL