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Sinjorba lança manifesto pelo fortalecimento dos jornalistas

OS DESAFIOS SÃO MUITOS, NOSSA ORGANIZAÇÃO É URGENTE!



Maio de 2019. Tal qual em maio de 2018, maio de 2010, maio de 1999, os jornalistas baianos seguem como uma categoria com pouca participação política, baixa representatividade, baixos salários, jornadas de trabalho além do legal e enfrentando uma carga de estresse que compromete a saúde física e mental.
Jornalismo como no passado não existe mais. As novas tecnologias trouxeram enormes transformações. Abriram novas perspectivas, mas também multiplicaram demandas. Em paralelo, as regulamentações trabalhistas se deterioraram. Vivemos a era do serviço temporário e da contratação via PJ, enfim, do trabalho precário. Em maio de 2019, seguimos sendo uma peça da engrenagem do chamado “quarto poder”. Na prática, não mais que isso.
A crise, com redações enxutas, um exército de reserva à disposição e o advento de uma imprensa cada dia mais mercantil, impôs uma disputa de mercado que empurra a profissão para o precipício. Não é mais o fato o que importa e sim a versão; não é mais a notícia a prioridade e sim o seu valor financeiro. A palavra colega, lamentavelmente, vem sendo substituída por concorrente. Tudo como pretende o poder dominante: jornalismo ruim, jornalistas explorados. Eis a dialética do caos.
Embora a comunicação siga sendo um de nossos pilares, já que essa é a sociedade da informação, a corrida pela instantaneidade é sacudida pelo advento da “pós-verdade” e da “fakenews”, alimentados pelo monitoramento das redes sociais e utilização de algoritmos.
A realidade do País não ajuda. O desemprego assola 13,5 milhões e seriam necessárias 28 milhões de vagas para abrigar todos os que deveriam trabalhar. Mais de seis milhões de brasileiros deixaram de procurar trabalho, há mais de um ano. Jornalistas aí incluídos, que hoje se ocupam com outros afazeres. O Brasil mais retrocede que avança, em uma avenida de contradições, com uma elite incapaz de apresentar uma saída que não seja excludente.
É nesse contexto que somos chamados a desempenhar o papel de nossas vidas. Nós que fazemos da comunicação nosso ofício, temos o desafio de atuar para restabelecer meios seguros e confiáveis de informação. Mais do que uma necessidade básica para o jornalismo, trata-se de uma tarefa fundamental para o conjunto da sociedade, que precisa recolocar em seu horizonte o avanço civilizatório, hoje gravemente ameaçado.
Para encarar este enorme desafio, precisamos de força e voz. Só avançaremos rompendo com o papel de mera peça da engrenagem. É hora de virar este jogo, crescendo, se legitimando. Para isso, precisamos fortalecer nossas organizações, especialmente o Sindicato dos Jornalistas da Bahia, o nosso Sinjorba.
Nossa organização, como categoria profissional, está enfraquecida e não dá conta dos desafios. Com trajetória de altos e baixos – consequência do nosso perfil -, o Sinjorba passa por uma de suas maiores crises. Eis a dialética novamente permeando nossa vida: sindicato fraco, trabalhador explorado. Acrescente-se ao nosso caso, jornalismo ameaçado.
É assim que as estruturas de poder querem. Não foi à toa que o último governo de plantão atacou as finanças dos sindicatos impondo o fim do imposto sindical, que atingiu em cheio também o Sinjorba. Não à toa, ainda, que o atual governo tenta aprovar no Congresso uma medida provisória para acabar com a consignação sindical. Quanto menos recursos as entidades tiverem, menor e mais dificultada será sua atuação em defesa de seus representados. Revitalizar o Sinjorba, dando-lhe sustentação é, pois, um imperativo aos jornalistas baianos.
Preocupados com essa situação, um grupo de colegas vem se reunindo com o objetivo de retomar a organização de nossa categoria como uma necessidade urgente e prioritária. São profissionais com pensamentos e ideias diversas, de várias gerações, que não se conformam com o fatalismo e sabem da importância que tem o Sindicato, especialmente na atual conjuntura, que entendem que divergências aqui ou ali não são obstáculos para a unidade que se faz necessária na luta dos trabalhadores.
Esse coletivo está se propondo não somente a resgatar a capacidade organizativa e de mobilização dos jornalistas, mas a fazer do Sinjorba um sindicato novo, participativo e atuante, sintonizado com o cenário social que está posto, com os desafios das novas tecnologias, das novas dinâmicas do mercado de trabalho, da precarização da legislação trabalhista, enfim, do que temos para hoje.
Para isso dar certo e ter vida longa, o Sindicato precisa de todos os colegas. Se você se identifica com essa iniciativa, se concorda que tudo apresentado aqui nesse manifesto faz sentido, se acredita na sua própria força e vontade de transformar permanentemente as adversidades, venha conosco construir esse novo Sinjorba.
Nossa bandeira é a da unidade para a superação. E é urgente!Salvador, maio de 2019.

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