Além dos mais de 8,3 mil cubanos que deixarão o País até o fim do ano, o Brasil corre o risco de perder outros 3,3 mil profissionais do Mais Médicos caso o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) cumpra a promessa de exigir revalidação do diploma de todos os médicos do programa. Esse é o número de participantes chamados de intercambistas, ou seja, brasileiros formados no exterior ou estrangeiros de outras nacionalidades que também foram dispensados da revalidação do diploma para atuar no País.
O presidente eleito afirmou na quarta-feira (14/11) que o Revalida será cobrado de todos. “(De) qualquer profissional de saúde trabalhando no Brasil, nós exigiremos uma prova de que eles realmente são competentes, conhecida como Revalida”, disse ele. Bolsonaro não deixou claro, no entanto, se esses profissionais já seriam suspensos do programa assim que o novo governo tomar posse ou se poderiam continuar trabalhando até passar pela prova, que costuma ocorrer uma vez por ano.
Se esse grupo também deixar o programa, sobrarão apenas os 4,6 mil médicos brasileiros formados no Brasil, já que além dos 8,3 mil cubanos e 3,3 mil intercambistas (ambos os grupos sem Revalida), outras 2 mil vagas do Mais Médicos estão ociosas por falta de interessados.
O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, disse na sexta que também se reunirá na semana que vem com a equipe do governo de transição para discutir ações relacionadas à saída dos cubanos e também para propor medidas para a a área da saúde. Uma das propostas levantadas pela atual gestão é chamar os estudantes formados por meio de Financiamento Estudantil (Fies) para ocupar as vagas deixadas pelos médicos cubanos. Segundo o ministro, existem de 15 mil a 20 mil médicos aptos a participar do edital e, por isso, ele acredita que as vagas serão preenchidas.
A edição de 2018 já teve inscrições encerradas, portanto, os profissionais interessados em fazer o exame só poderiam prestá-lo no fim de 2019. Com informações do Jornal O Estado de São Paulo