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Camaçarico 2 de março 2018



Consenso Mesmo antes da inauguração do Departamento de Polícia Técnica (DPT-Camaçari), na tarde de quinta-feira (1º), o governador Rui Costa (PT) e o  prefeito Antonio Elinaldo (DEM) já exibiam 'laudos' idênticos sobre a culpabilidade da classe política. Nas últimas semanas, nada menos que 20 vereadores de Camaçari, entre titulares e suplentes no exercício do mandato; integrantes do governo municipal e figuras de maior envergadura, como o ex-governador Jaques Jagner, foram manchetes locais e nacionais sobre acusações de deslizes com o dinheiro do contribuinte.


Consenso 2 Diferente dos 'laudos' apresentados pelo Ministério Público e Polícia Federal, discursos do demista e do petista seguiram a tese da falta de provas e da consequente dúvida que beneficia os acusados. Elinaldo abriu sua fala com a máxima "o que está acontecendo não é bom para ninguém". O 'ninguém' a que o alcaide se referiu é a classe política, porque a população cansada da falta de transparência com a coisa pública pensa diferente. Como não poderia ser diferente, fala ganhou apoio da plateia formada por titulares de cargos e pelos próprios acusados.


Consenso 3 Pediu paciência até a apuração dos fatos e fez questão de lembrar a sua prisão, em dezembro de 2015, como mais um ato de injustiça. Num tom conciliador, surpreendeu boa parte de seus oponentes ao citar 4 vezes o nome do adversário que derrotou nas urnas, em outubro de 2016, o deputado federal Luiz Caetano (PT). 


Consenso 4 Seu discurso não foi, nem passou raspando, uma proposta de composição. Apenas fez um chamamento em defesa da classe política, perfurada pelas balas recentes das denúncias de irregularidades com o dinheiro do contribuinte. Ao chamar o governador, o secretário de saúde e vereador licenciado, Elias Natan, e o próiprio Caetano para a frente do palanque, durante sua fala, Elinaldo, muito mais que exibir união, cutucou o adversário que logo voltou para sua cadeira depois de resmungar com Rui sobre a situação.


Consenso 5 O discurso do governador não foi diferente. Ainda que de forma sutil e aparentemente fragmentada, Rui Costa falou em 'apurar' para desestabilizar a classe política. Citou a pergunta feita pelo editor da Coluna, minutos antes do início da inauguração sobre a situação de Camaçari, com 20 vereadores sob júdice. Repetiu que não iria comentar sobre 'inocente ou culpado'. Lembrou da necessidade do direito de defesa e da humilhação que 'todos' os políticos vem sofrendo. Ainda nessa mesma linha, citou 'juiz e promotor', como se linkasse esses personagens ao processo de desgaste que a política vem sofrendo. 


Dissenso O governador voltou a mandar recado para os açodados e acostumados com o uso de munição inadequada. Com mira certa, mas sem citar nomes, Rui lembrou que não estava num 'ato político partidário' ou 'politico eleitoral'. Bem ao seu estilo simples, criticou os políticos que se comportam de forma explosiva, xingando seus adversários. Para o governador, essa prerrogativa, ainda que com limites, pertence ao 'povo'.


Dissenso 2 Acostumado com a munição livre, o deputado Luiz Caetano não poupou sequer as instalações onde funcionam o complexo de delegacias (18ª e da Mulher), agora reforçado com o DPT-Camaçari. Sem a menor cerimônia, como  mostra foto enviada para a Coluna, colocou uma faixa com sua foto e de seu candidato a deputado estadual, no pátio do complexo. O engenho publicitário instalado numa área onde não é permitida nenhuma publicidade, muito menos eleitoral, mesmo sob o pretexto de saudação pelo novo equipamento público, foi mais um tiro de festim.  


Band-Aid A secretária Juliana Paes segue titular da secretaria de desenvolvimento urbano e meio ambinete (Sedur). A urbanista, agora amparada pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), que derrubou o pedido do Juiz César Borges, não terá dias fáceis. Mais do que ninguém, a doutora Juliana sabe que o ferimento está apenas protegido por curativo.


Band-Aid 2 Outro que se mantém no posto, mas com marcas expostas e cura duvidosa, é o presidente do Legislativo de Camaçari, vereador Oziel Araújo (PSDB). Depois do tiroteio que sofreu com a ações do Ministério Público, com grande repercussão na imprensa de todo o país e condenação nas redes sociais, o tucano ganha salvo conduto do TJ-BA. Assim como a doutora Juliana, liminar que garante a manutenção de Oziel no 2º posto mais importante de Camaçari teve a assinatura do presidente do colegiado baiano, desembargador Gesivaldo Britto.


Band-Aid 3 O governo não vê possibilidades de saída do vereador Flávio Matos (DEM), da base situacionista. Filho do ex-vereador de 3 mandatos, José Matos, pivô da crise na Sedur, Flávio fez questão de  comparecer a inauguração do DPT-Camaçari ao lado do alcaide. Já o papai, que não foi visto no evento, entregou o cargo de subsecretário da Sedur, por 'livre e expontânea pressão', segundo assegurou uma fonte da Coluna.


Prejú  Depois do tiro do Ministério Público, incluindo os 4 vereadores do PT, na lista de 20 titulares e  suplentes no exercício do mandato denunciados por irregularidades com o dinheiro do Legislativo de Camaçari, ficou ainda mais difícil para o partido no município apresentar um 2º nome para  disputar  uma das 63 vagas na Assembeia Legislativa. Os vereadores Jackson Josué, José Marcelino e Téo Ribeiro, os 3 nomes cotados, perderam o 'taime', avalia um importante petista.
Prejú 2 Com o fim de carreira  parlamentar da deputada Luiza Maia, que não concorre a reeleição, depois de 2 mandatos consecutivos, o deputado Bira Coroa aparece como o único nome do PT na base de Camaçari. Daí até se  consolidar e faturar essa vantagem é outro tiroteio que o deputado está consciente e preparado. A imposição do nome do empresário Raimundinho da JR, pelo deputado federal Luiz Caetano, lembra a 1ª eleição de Bira. Presidente do Legislativo de Camaçari, em 2006, imaginava ser o nome de consenso, quando o então prefeito Caetano exibiu o empresário Ferreira Otomar como alternativa. 
Prejú 3 Agora, com o morto na mesa fria do necrotério, a bancada da oposição reconhece que errou ao reforçar a divisão do Legislativo, não montando uma estratégia monolítica de espírito de corpo, união e defesa de toda a Câmara de Vereadores. 


Prejú 4 Vacilaram ao apostar na imputação da culpa no presidente da Casa, o tucano Oziel Araújo, atingindo por tabela a gestão do alcaide Antonio Elinaldo. Esqueceram a força das redes sociais, que tanto usam para futucar adversários. Condenados ou não, todos os 20 vereadores, independente de cor ou até ausência de tom partidário, sabem que estão reprovados pelo eleitorado.


Presença Jones Carvalho, atual diretor da Fundação Luiz Eduardo Magalhães, é candidatíssimo a deputado estadual. Figura muito próxima de Jaques Wagner, de quem foi assessor em Brasília e no governo estadual, Jones tem passagem e conta votos em Camaçari. Foi ouvidor na 2ª gestão do alcaide Caetano e teve  importante participação no projeto de implantação do OP (orçamento participativo). Da corrente Reencantar, Jones é o nome da prefeita Moema Gramacho, de Lauro de Freitas, e exibe  intensa presença na Grande Salvador.
Detalhes  O novo Departamento de Polícia Técnica de Camaçari começar a funcionar na próxima semana. Com necrotério e laboratórios para exames e perícias, antes realizados em Salvador, unidade ganha mais agilidade e velocidade na elucidação de crimes  e apoio às ações da polícia. Coordenada por Ricardo Neri, unidade conta com 15 profissionais entre peritos e técnicos. 


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João Leite - joaoleite01@gmail.com (Editor)


2/3/2018

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