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Cleiton Pereira


Eleição 2018 vs Eleição 2020



Sem sombra de dúvidas, esta eleição de 2018 foi a mais difícil e imprevisível da história. Quase todas as “lógicas políticas” foram contrariadas. E, tudo isso, deve ser levado em consideração e terá reflexo na eleição em 2020.


Quero começar abordando brevemente alguns temas que foram bastante mencionados nas redes sociais e em conversas nas faculdades e bares, que o machismo, o racismo e a homofobia. A nível de Brasil, a maior votação da história do país para uma mulher que concorreu ao cargo de deputada foi dada a advogada Janaína Paschoal (PSL), que concorreu pela primeira vez a um cargo eletivo, apoiadora do Impeachment da ex-presidente Dilma (PT). Dra. Janaína também é apoiadora do candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL) e obteve mais de 2 milhões de votos para deputada estadual em São Paulo.


A nível de Bahia, Pastor Sargento Isidório e seu filho João Isidório (ambos do Avante), foram os recordistas de votos e ocupam o 1º lugar para deputado federal e deputado estadual, respectivamente. O Pastor Sargento Isidório é autodeclarado negro e seu filho branco. Apesar do mais votado (Isidório) ser um negro, dentre os deputados federais eleitos na Bahia, os negros não representam sequer 10%. Sendo a grande maioria branca, de partidos de esquerda. Outro dado “curioso” é que a mulher mais votada, que ocupa o 4º lugar dentre os mais votados é a novata na política Prof. Dayane Pimentel (PSL), apoiadora e do partido de Bolsonaro, a qual teve mais de 136 mil votos. Depois dela aparecem somente mais duas mulheres (Alice Portugal –PC do B – e Lídice da Mata – PSB – que são velhas figuras da política baiana), totalizando 3 mulheres eleitas dos 39 deputados federais eleitos este ano. Configurando o cenário de baixa eletividade feminina.


A eleição do “Príncipe do Ghetto” Igor Kannário (PHS) que deixa a Câmara de Vereadores para a Câmara dos Deputados completa essa lista de “contradições”, de brancos que irão representar os negros, em um estado de grande maioria negra.


A nível de Camaçari (votos no município), o deputado federal Caetano diminuiu a votação que teve para prefeito em 2016 de 44.378 votos para um pouco mais de 39 mil em 2018. E ampliou em 3 mil votos, comparando com a eleição de 2014. Já o vice-prefeito e candidato Tude (DEM) – apoiado pelo Prefeito Elinaldo (DEM) obteve quase 18 mil votos nesta eleição, quase o dobro do segundo colocado Jackson (PT), que foi apoiado pelo deputado reeleito*. Conseguindo Tude a segunda maior votação da história de Camaçari, perdendo somente para o próprio Elinaldo, que conseguiu a marca de 27.421 votos em 2014. O candidato reeleito Paulo Azi (DEM), também apoiado pelo prefeito, foi o 3º mais votado na cidade, só perdendo para Caetano e Isidório, que teve 20 mil votos em Camaçari.


Nenhum candidato com pauta de defesa LGBTQIAP+ foi eleito a nível federal e estadual, nem obteve votação expressiva. Configurando que a prática eleitoral não foi condizente com o discurso apresentado pela esquerda.


Em síntese, o fator renovação foi comprovado nestas eleições, deixando de fora ou dando resultado insatisfatório para muitas figuras conhecidas da política baiana. Estes dados e avaliações deverão ser considerados para a próxima eleição, evitando surpresas indesejáveis em 2020.


* O deputado federal Caetano poderá não ser reconduzido ao cargo em razão de recursos que tramitam na justiça, com base em seu enquadramento na lei da Ficha-Limpa.


Cleiton Pereira cleitonmpe@hotmail.com é agente de trânsito concursado, atualmente ocupa assessoria da STT e é membro da Juventude do DEM


 
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